A corrente de esquerda Democracia Socialista (DS), do Partido dos Trabalhadores, envia esta semana aos cerca de 5 mil filiados do partido em Curitiba uma carta relativa às eleições municipais de 2008.
O documento aborda a construção do programa de governo do PT para Curitiba, o pragmatismo eleitoral que afetou o partido nos últimos anos e a possibilidade de haver prévias para a definição da candidatura petista à prefeitura.
“A construção do programa de governo deve garantir amplo debate no conjunto do partido, com debates em todas as zonais, núcleos de base, movimentos sociais, que construa de forma consensual uma agenda pública afirmativa”, diz trecho da carta, assinada pelo deputado federal Dr. Rosinha e pela vereadora Professora Josete, entre outros militantes petistas.
A DS defende que, antes da definição do nome que disputará a Prefeitura de Curitiba, o PT debata e aprove as diretrizes de seu programa de governo e a sua política de alianças.
Quanto ao programa de governo, o documento lista três eixos principais: 1) prioridade para os investimentos na área social; 2) orçamento participativo; 3) implantação de políticas públicas como direito dos cidadãos, “e não como benesses de atores políticos individuais”.
Em relação à política de alianças, a corrente afirma que o PT não deve temer disputar a prefeitura com uma chapa “pura” —com os candidatos a prefeito e a vice do próprio partido. E propõe o lançamento de uma chapa de candidatos a vereador sem coligação proporcional.
“A experiência da última eleição nos levou a reduzir à metade a bancada de vereadores do partido em Curitiba”, observa o texto. “Hoje, a bancada de oposição se limita ao PT, o que tem dificultado e muito a intervenção pública do próprio partido.”
Prévias em Curitiba
“A própria escolha do candidato ou candidata do partido à prefeitura deve estar pautada em um amplo debate interno”, afirma a carta da DS.
“A realização de prévias consagrou-se na trajetória petista como um instrumento legítimo e democrático para a definição de nossas candidaturas. Não obstante, a conjuntura de forte e organizada oposição das forças antidemocráticas da sociedade brasileira exige que façamos um esforço em direção à construção de um consenso partidário.”
O documento propõe um calendário para ampliar o diálogo entre as diferentes tendências dentro do PT. A proposta prevê a realização, até 15 de outubro deste ano, de debates regionais e plenárias setoriais sobre o programa de governo. Na primeira quinzena de novembro, o partido definiria a realização ou não das prévias, cujo processo seria aberto ainda este ano.
Para acessar a íntegra da Carta da DS,
intitulada “Construindo um processo
eleitoral democrático”, clique aqui.