Em reunião com superintendente da PF no Paraná, Maurício Leite Valeixo, parlamentares também se informaram sobre as denúncias de Caixa na campanha de Beto Richa.Os vereadores que formam o bloco de oposição ao Prefeito Beto Richa na Câmara Municipal de Curitiba foram nesta sexta-feira (24) à sede da Polícia Federal no Paraná e protocolaram um ofício que solicita a investigação de possíveis irregularidades na contratação da empresa Iguatemi para obras que envolvem investimentos da União. Mesmo depois de uma série de denúncias de fraudes em licitações que envolvia a empresa – que, inclusive, foram amplamente denunciadas pela imprensa e notificadas pelo Tribunal de Contas do Estado – a Iguatemi foi selecionada pela Cohab para executar obras de recapeamento asfáltico da Vila Kakané, no bairro Campo de Santana. A seleção foi publicada no Diário Oficial do Município, do dia 20 de janeiro de 2009. No local, foi construída uma aldeia para abrigar 35 famílias indígenas que viviam na reserva ecológica no Parque Iguaçu.O superintendente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Leite Valeixo, disse aos parlamentares que a partir do pedido feito pela oposição, a Polícia Federal passa a analisar o caso, que pode ser objeto de investigação na própria PF ou pode ser encaminhado para os órgãos federais competentes, como a Controladoria Geral da União ou Corregedoria da Polícia Federal. “Como a denúncia diz respeito a investimentos federais, o caso pode ser da alçada da PF; vamos avaliar agora qual o encaminhamento devemos tomar”, disse. “Poderá ser aberta tanto uma investigação como um pedido de informações à CGU; que, talvez, já pode estar investigando a denúncia”, explica Valeixo. “De qualquer forma, ficamos felizes pela procura dos parlamentares, pois, assim como a sociedade, de uma forma geral, a PF luta pela transparência na gestão pública; a presença deles aqui reforça essa tendência e fortalece o processo democrático”, disse.
Para os vereadores do bloco de oposição, as provas levantadas e entregues à Polícia Federal exigem uma investigação rigorosa nas contratações realizadas pela Prefeitura, para a apuração de corrupção ativa, mediante contratos que comprometem o erário público. As denúncias que envolvem a Prefeitura de Curitiba e a Empresa Iguatemi Construtora de Obras LTDA são investigadas pelo Ministério Público do Paraná que, no começo de julho, encaminhou documentos ao Núcleo de Repressão a crimes Econômicos (Nurce) da Polícia Civil do Paraná para a instauração de inquérito policial.
Caixa 2
A visita ao superintendente também serviu para os vereadores tirarem dúvidas sobre as investigações das denúncias do suposto esquema de Caixa 2 na campanha de reeleição do Prefeito Beto Richa. Valeixo explicou que, para iniciar esse tipo de investigação, a PF precisa ser provocada pela Justiça Eleitoral ou outro órgão competente, o que ainda não foi feito. “Mas estamos atentos e, se for acionada, a PF irá cumprir o seu papel constitucional e dará encaminhamento aos procedimentos investigatórios cabíveis”, disse. “Nós ficamos satisfeitos com os esclarecimentos do superintendente e nos colocamos à disposição da Polícia Federal para ajudar no que for preciso, para que a população tenha acesso à verdade dos fatos”, destacou a líder da oposição, vereadora Noemia Rocha (PMDB).