
A bancada oposicionista fará uso da Comissão Especial da Caximba, a ser implementada na Câmara de Vereadores de Curitiba ainda este mês, para cobrar da prefeitura uma solução para a paralisação da licitação para o novo aterro do Consórcio Intermunicipal, o que força a utilização do atual espaço, que está com a vida útil esgotada. Os parlamentares visitaram o local nesta quinta-feira (13) juntamente com o Secretário Municipal do Meio Ambiente, José Antonio Andreguetto, e vereadores de outros partidos.
“Essa comissão nasce com a missão de descobrir por que a prefeitura deixou a vida útil do aterro chegar ao limite para então fazer a licitação, mesmo sabendo dos desdobramentos jurídicos que um processo desses sempre traz. O que não pode acontecer é repassar agora aos vereadores a responsabilidade de um problema que a atual administração não resolveu em seis anos”, disse o líder da oposição, vereador Jonny Stica (PT), que deve fazer parte da Comissão.
Ele ressaltou, contudo, que a Comissão precisa contribuir qualificando o debate e procurando alternativas. “Podemos nos inspirar em Berlim, que transformou o problema em solução. Lá, cerca de 10% da energia elétrica é gerada a partir da queima do lixo”, acrescentou.
Sobre as explicações do secretário acerca do novo modelo de compactação de lixo adotado pela prefeitura – que aumentaria a vida útil do espaço até dezembro de 2010 -, a vereadora Professora Josete (PT) disse que o tema tem diversos aspectos a serem esclarecidos e que não seria em uma conversa rápida que as dúvidas seriam sanadas. “É preciso esclarecer, por exemplo, como a prefeitura sempre acha justificativa para prorrogar a vida útil do aterro, que no momento anterior às prorrogações estava sempre no limite da capacidade”, ponderou.
Para o vereador Pedro Paulo (PT), também não ficou claro se a Secretaria de Meio Ambiente sabe mensurar os custos exatos para as mudanças necessárias para continuar utilizando o aterro e nem de onde esse dinheiro sairia. “E precisamos incluir o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) nessa discussão. Isso porque não sabemos nem mesmo se o órgão dará a autorização para a continuidade de operação no Caximba”, afirmou.
A mesma preocupação é lembrada pelo vereador Algaci Tulio (PMDB). “A aproximação da Comissão com o IAP é fundamental, uma vez que o órgão tem posição contrária à prorrogação, por parte da prefeitura, da utilização da Caximba”, informou.
Moradores
O presidente da organização não governamental Aliança para o Desenvolvimento Comunitário da Caximba, Jadir de Lima, acredita que a criação da Comissão Especial cumprirá papel fundamental para informar os vereadores dos reais problemas enfrentados na região. “A maioria dos parlamentares, mesmo com a polêmica sobre o tema e com a iminência do fim da utilização do Caximba não sabem o que passamos aqui”, disse.
“Temos uma grande preocupação com a demora do fechamento deste aterro. Os moradores da região já contribuíram muitos anos com a nossa cidade e certamente merecem a nossa atenção”, complementou a vereadora Noemia Rocha (PMDB).
“Entendo que há a necessidade de a prefeitura fazer uma audiência pública com a comunidade da Caximba”, disse Algaci Tulio. Segundo ele é de extrema importância que a comunidade local dê a sua opinião e aponte as suas necessidades e possíveis sugestões às autoridades municipais sobre a prorrogação da utilização do espaço.

Fotos: Anderson Tozato – Câmara Municipal de Curitiba