Curitiba, PR (28/09/2011) – Na sessão extraordinária da CPI do Caso Derosso nesta quarta-feira, surgiram novos adiamentos e manobras para atrasar ou impedir o acesso do público e da imprensa aos depoimentos prestados. Depois de se negarem a prestar informações na comissão de inquérito, os funcionários do setor de Licitações da Câmara Municipal de Curitiba, desta vez, conseguiram por seis votos a dois com que fosse aprovado um requerimento que tornava secreta a sessão para ouví-los. Foi a gota d’água para os vereadores dos partidos de oposição que integram a CPI. Pedro Paulo Costa (PT) e Paulo Salamuni (PV) se retiraram da sessão e avisaram que vão dar entrada a um mandado de segurança para forçar que os depoimentos desses servidores públicos não sejam secretos, mas ocorram, sim, em sessões abertas.
“Não há nada que justifique o caráter fechado ou o chamado foro íntimo desses depoimentos. Eles serão ouvidos na condição de servidores públicos e têm o dever de prestar informações, que não passam de meras explicações do processo licitatório”, disse Pedro Paulo. “Equivocadamente os funcionários da Casa se colocaram na posição de ‘investigados’. ‘Investigado’ pode silenciar para não correr o risco de produzir provas contra si mesmo. Não é o caso dos servidores da Casa, que devem prestar explicações e não têm nem mesmo o direito de permanecerem calados”, argumentou o vereador petista. “Vamos reavaliar nossa participação na CPI, caso ela se configure em um grande teatro”, finalizou.
O descontentamento dos vereadores é motivado pelos sucessivos retrocessos nas decisões tomadas para o funcionamento da CPI. Foram várias as situações em que se voltou atrás nos procedimentos acordados porque a base de apoio ao prefeito Luciano Ducci (PSB) e ao presidente sob investigação da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB), representa a esmagadora maioria no Parlamento e nas instâncias do Conselho de Ética e da CPI. O vereador tucano Paulo Frote chegou mesmo a acusar a oposição de exibicionismo, por querer, na sua opinião, dar publicidade a todos os passos da CPI. A presidenta do PT de Curitiba, Roseli Isidoro, rebate o argumento tucano e disse que o nome dessa postura é “transparência”. “Quem criou o objeto da investigação foi o PSDB, partido de Derosso. A imprensa e os vereadores que querem uma apuração séria dos fatos estão apenas cumprindo com sua obrigação e com o papel de fiscalizar o patrimônio público”, disse Roseli.
via BLOG LADO B