Do site do vereador Jonny Stica
Com quase 2 milhões de habitantes na sua região metropolitana, Copenhague, capital da Dinamarca, é uma cidade que ilustra bem como Curitiba poderia ser hoje. Nos anos 1950, por exemplo, a administração do município optou por fechar o acesso de uma rua central para veículos, de forma semelhante ao que aconteceu em Curitiba nos anos 1970, na rua XV de Novembro. A cidade europeia, porém, manteve essa mentalidade e hoje é exemplo de harmonia urbana, com pedestres, ciclistas e motoristas dividindo o espaço sem grandes transtornos.
“Curitiba por alguns momentos caminhou paralelamente a Copenhague, porém aos poucos foi deixando de se tornar uma cidade que prioriza pessoas para ser um lugar onde os carros têm mais poder”, afirma o vereador Jonny Stica. “Por mais que os carros levem pessoas, eles não deveriam ter prioridade nas políticas do município. Reparos em ruas são feitos com muito mais intensidade que em calçadas ou ciclovias”, exemplifica.
Como parte do projeto “Cidades para pessoas”, a jornalista Natália Garcia esteve em Copenhague, onde conversou com Jeff Risom, urbanista do escritório de planejamento dinamarquês Gehl Architects. No vídeo abaixo, ele dá cinco dicas que podem servir como norte às administrações brasileiras na hora de planejar os municípios:
1. As pessoas devem estar em primeiro lugar
2. Deve-se pesquisar como elas usam a cidade
3. Testar algumas ideias
4. Colocar projetos de maior escala em prática
5. Estabelecer um senso de respeito entre as pessoas que utilizam a cidade
Confira animação explicativa em vídeo.
“É preciso estabelecer um senso de respeito mútuo entre as pessoas que utilizam a cidade. A gente faz isso balanceando a importância que se dá aos diferentes modais de transporte”, explica o urbanista. Ele recomenda que sejam criadas boas condições para que as pessoas possam caminhar. “O transporte público também deve ser de qualidade. Os espaços públicos devem ser seguros e de qualidade”, completou.
O urbanista lembra que, garantindo espaço para todos, a cidade proporciona harmonia entre as pessoas, independentemente do modal que utilizam. “Isso fará com que as pessoas não entrem em conflito. Não haverá pedestres dizendo ‘eu odeio ciclistas’, ou ciclistas dizendo ‘odeio motoristas’, porque as pessoas terão um entendimento mútuo de que todos precisam do seu espaço na cidade”, explicou.
O projeto “Cidades para pessoas” nasceu da vontade de Natália de entender os problemas das grandes cidades brasileiras. Inspirada no urbanista dinamarquês Jan Gehl, ela esteve em 7 cidades europeias (Copenhague, Amsterdam, Londres, Paris, Lyon, Strasbourg e Freiburg) que implantaram ideias dele. Ela ainda vai percorrer outras 9 cidades pelo mundo para buscar boas ideias de planejamento urbano que possam inspirar cidades brasileiras.