Dos 11 países analisados pelo inédito estudo “Preconceito de gênero sem fronteiras: Uma pesquisa sobre personagens femininos em filmes populares em 11 países(link is external)“, o Brasil é o que apresentou resultados mais favoráveis em relação à prevalência de personagens femininas nas telonas. Mais de 37% dos papéis são interpretados por elas, contra a média mundial de 30,9%. A indústria brasileira de cinema conta com 47% de produtoras mulheres, além de 9,1% de diretoras de filmes e, entre roteiristas, 30% são mulheres.
O estudo foi realizado pela ONU Mulheres(link is external) – agência das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulehres -, Fundação Rockefeller(link is external) e Instituto Geena Davis sobre Gênero na Mídia(link is external) e analisou a participação de personagens femininos em filmes populares nos 11 países mais lucrativos para o setor: Brasil, Austrália, China, França, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e Índia.
Apesar dos avanços identificados(link is external) no Reino Unido, na Coreia do Sul e no Brasil, o estudo revela uma triste realidade no restante dos países analisados. De acordo com a pesquisa, menos de um terço de todos os personagens com falas nos filmes são mulheres. Infelizmente, a discriminação e estereótipos estão presentes também quando se trata de filmes de ação e aventura, já que a proporção é ainda menor, de 23%. Sobre papeis de advogados ou juízes, a participação masculina é gritante, com uma proporção de 13 atores para uma atriz. Já quando se trata de personagens usando roupas sexy, magras ou nuas, as mulheres são as que mais aparecem nas telonas. Mais estereótipos do que isso no cinema mundial, impossível.
Ainda bem que essa realidade no Brasil está evoluindo. Óbvio que ainda temos muito a avançar no combate ao machismo dentro e fora das telas, mas sermos um país que está mudando a participação das mulheres na indústria cinematográfica e se torna uma referência nisso já é de se comemorar. E precisamos mudar mais!
Importante lembrar que as políticas culturais promovidas pelo Governo Federal no últimos anos ajudou a mudar a cara do cinema nacional. Entre os responsáveis pelas mudanças no setor, temos projetos e leis como o Fundo Setorial do Audiovisual, Brasil de Todas as Telas, a Lei da TV paga (lei 12.485/2011),Programa Cinema Perto de Você, Plano de Diretrizes e Metas para o Audiovisual(link is external) e o fortalecimento daAgência Nacional de Cinema(link is external) (Ancine).