O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), que vem sendo acusado de lançar o Estado em uma grave crise financeira e de ser o responsável pela pancadaria promovida pela Polícia Militar que deixou mais de 200 propfessores feridos durante manifestação, disse estar sendo vítima de um “jogo político” do PT de maneira a “desviar o foco” das denúncias que pairam sobre o governo da presidente Dilma Rousseff.
“Não tenho dúvida. Isso me leva a crer que é um movimento político, sim, para desvio de foco de todos os escândalos que temos visto, diariamente, pela imprensa, o desgaste nacional do PT. Eles querem um contraponto a isso, para desviar o foco de tudo o que está acontecendo no país”, disse Richa ao site Congresso em Foco.
Richa, que possui uma rejeição de 76% ao seu governo, um dos maiores índices de reprovação do país, jogou a culpa da greve dos professores estaduais – considerada o estopim para a crise que eclodiu no Estado – para cima do PT. “O sindicato, que é um braço sindical do PT, divulgou para os servidores públicos, de forma maldosa e irresponsável, que o projeto que estava em votação – que gerou aquela polêmica, aquela manifestação em frente à Assembleia Legislativa – iria acabar com a aposentadoria de todos os servidores. Isso é uma mentira deslavada, uma falácia”, disparou.
“Isso gerou uma fúria muito grande dos servidores, que foram mal informados pelo sindicato, com o desejo político de me causar desgaste”, completou. Na ocasião, no dia 29 de abril, os servidores protestaram contra mudanças no fundo de previdência estadual, além de cobrar melhores salários e condições de trabalho. A Polícia reprimiu com violência a manifestação e mais de 200 professores e 20 policiais acabaram feridos.
Os excessos provocaram reação imediata por parte da sociedade civil e do mundo político. O PSOL, por exemplo, entrou com uma representação junto a Procuradoria-Geral da República (PGR) responsabilizando pessoalmente o governador nas esferas cível, penal e administrativa. Já o PSDB ainda não se pronunciou sobre o episódio.
“Vamos enfrentar com firmeza, com a verdade. Não vão conseguir paralisar o estado do Paraná, que avança, segue em frente, se moderniza dia a dia. E que tem dado grandes exemplos de conquistas e é referência, em muitas áreas, para o resto do Brasil”, afirmou Richa.
Apesar da crise instalada, ele diz que não existe razão para o descontentamento dos servidores . “A greve continua, lamentavelmente. Sem objeto, sem o menor fundamento. Mesmo porque acredito que sou o governador que concedeu, nos últimos quatro anos, o maior aumento do Brasil – não sei outro estado deu aumento maior: 60% é o maior aumento da história do Paraná. Cerca de 32% de ganho real acima da inflação. Ampliamos em 75% [o pagamento] da hora-atividade”, disse.
Além da crise política e administrativa, nos últimos dias Richa também foi acusado de ter recebido R$ 2 milhões em propinas originárias de um esquema de fraudes e corrupção na Receita estadual. Richa diz que as acusações são “coisa de bandido” e nega envolvimento no caso.
O governador diz, ainda, que tem recebido apoio do partido para enfrentar a crise atual. “Tenho recebido apoio não só do PSDB nacional, mas de muitos políticos renomados e decentes deste país, que estão vendo o que está acontecendo no Paraná. Nitidamente, é um jogo político para desviar o foco, para me causar desgaste político no Paraná. Mas isso já começa a se desfazer, e vamos reverter esse quadro com muito trabalho, como nós gostamos e sabemos fazer, pontuou.
Fonte: 247