O Hospital do Idoso Zilda Arns implantou o gerenciamento eletrônico de administração de medicamentos junto ao leito. O sistema permite verificar, em tempo real, se a medicação certa está sendo dada ao paciente na dosagem e horários corretos. O hospital é a primeira instituição pública do Paraná e um dos poucos no Brasil a utilizar o procedimento.
Um terminal informatizado faz a liberação da medicação mediante a validação, por meio de código de barras, da identidade do paciente e do medicamento. “É mais uma barreira para evitar erros. Se aquele remédio não for para aquele paciente ou, se por algum motivo, houve a suspensão ou alteração da dose, o sistema emite um alerta”, explica a coordenadora da Farmácia Clínica, Daiana Lugarini.
Para a técnica de enfermagem Leoni Matzensbacher, o novo modelo de trabalho oferece mais agilidade e segurança. “Temos acesso a todas as informações ali próximo ao paciente, podendo consultar sinais vitais, se existe a necessidade de jejum, alerta de alergias, se aquele medicamento já foi administrado”, descreve.
Com o processo eletrônico, os dados são atualizados automaticamente no prontuário do paciente, descartando a necessidade do profissional fazê-lo posteriormente. O sistema também elimina a necessidade da prescrição impressa.
Segundo Daiana, a maior parte dos estudos sobre a checagem beira-leito retrata hospitais fora do país. “Apesar disso, podemos constatar uma redução de 50% nos erros de medicação e um alto índice de satisfação por parte da equipe de enfermagem”.
O processo está em fase experimental apenas na Unidade de Internação 2. “O piloto está sendo avaliado desde abril deste ano e temos trabalhado no sistema para aprimorá-lo e expandi-lo para as demais unidades do hospital”, explica o coordenador de Tecnologia da Informação, Everton Zanela.
A ferramenta, no entanto, começou a ser idealizada em 2011, antes mesmo da inauguração do Hospital Zilda Arns. “O Hospital do Idoso foi pensado para gerenciar todas as informações digitalmente e, como desenvolvemos uma rede sem fio com qualidade e segurança, foi possível avançar na implantação desse processo”, diz Zanela.
A advogada Iris Maria Alves, que acompanha a mãe internada há 15 dias, se surpreendeu com a tecnologia. “Sabia que o hospital era referência em várias áreas, mas saber que há a preocupação com inovações traz muita segurança”, relata.
Iris conta que o fato de a mãe tomar muitos medicamentos a deixou apreensiva em saber se todos estavam sendo administrados corretamente. “Perguntei para a enfermeira se o remédio do coração havia sido dado e, consultando o sistema, ela me informou inclusive o horário”.
O sistema também amplia a confiança do paciente com o tratamento. “Já fiquei internado outras vezes e a gente toma muitos remédios, então saber que o computador pode dizer se é o remédio certo traz muita tranquilidade, porque um erro pode até matar”, destaca o aposentado Antônio Sales Dias.
Fonte: Portal PMC