Os servidores municipais de Curitiba vão entrar em greve a partir do dia 18 de abril. A decisão foi tomada em assembléia nesta terça-feira (31). Após manifestação que reuniu cerca de 5 mil trabalhadores no Centro da cidade, representantes do Sismuc (Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba) e do Sismmac (Sindicato do Magistério Municipal de Curitiba) se reuniram com os secretários de RH, Paulo Schimidt, e de governo Ruy Hara, que negaram mudar a proposta de reajuste salarial de 6,5% defendida pela Prefeitura e aprovada na Câmara na sessão de terça-feira.Depois da manifestação em frente à Prefeitura, parte dos servidores seguiu até a Câmara Municipal, onde era votado o projeto de lei de reajuste salarial proposto pela administração municipal. A intenção era pressionar os vereadores para que retirassem o projeto da pauta ou aprovassem emendas ao documento, apresentadas pela vereadora Professora Josete e pelos outros vereadores do bloco de oposição ao Prefeito Beto Richa.
Emendas
Foram três as emendas derrubadas pelo bloco de apoio ao prefeito. Uma delas pedia um reajuste salarial de 14,61%, a partir de 1º de agosto, extensivo a todos os aposentados e pensionistas, prevendo o parcelamento dos valores em quatro anos, correspondendo a quatro parcelas de 3,41%. A proposta se baseava no corte de gastos de 15% a ser aplicado este ano, conforme apresentado pelo prefeito Beto Richa. Pelo orçamento de 2008, a prefeitura garantiria em caixa, até o final de 2009, o total de R$ 100 a R$ 200 milhões, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). No entanto, a alternativa foi desconsiderada tanto pela prefeitura, como pela base de aliados ao governo na Câmara. “Faltou vontade política para aprovar a proposta, porque ela é coerente e viável”, afirmou a vereadora Professora Josete.
Outra emenda pedia o abono das faltas dos dias 12, 13, 14 e 15 de fevereiro de 2007, e do dia 10 de abril de 2007 (datas em que ocorreram paralisações e manifestações dos servidores), além do restabelecimento de todos os direitos que foram suprimidos em razão delas. A terceira emenda procurava regular mecanismos de crescimento vertical e horizontal, visando resgatar a dignidade dos servidores que têm remuneração muito abaixo do mínimo exigível para uma vida razoável.
Alternativas
Os números apresentados pelos sindicatos, juntamente com a redução dos salários dos cargos em comissão, podem ser uma alternativa para que a prefeitura apresente uma contraproposta melhor. Uma das principais reclamações dos diretores do Sismuc e do Sismmac, discutidas com os secretários, é que a compromisso de recuperação das perdas salariais históricas, sobretudo durante a gestão de Cássio Taniguchi, havia sido assumido pelo prefeito Beto Richa no primeiro ano de seu mandato. Com os 6,5% de reajuste oferecido pela prefeitura, os servidores continuam com um acúmulo de perdas salariais de 14,6%, segundo dados do Dieese.
Preparativos
Os servidores iniciaram nesta quarta-feira (1) os preparativos para a greve, incluindo a investigação de práticas antisindicais nos locais de trabalho. Várias denúncias foram recebidas pelos sindicatos, entre eles a pressão de chefias a partir de ameaças de perdas de remunerações variáveis como o IDQ e PPQ. Entretanto, conforme ficou decidido na reunião com os secretários, os descontos punitivos estão suspensos até o próximo dia 15 de abril, quando a comissão de servidores e representantes da prefeitura voltam a conversar.
Com informações do Sismac