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“A crise do Senado não é minha. A crise é do Senado”. Com esta frase o senador José Sarney, presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, sintetizou o seu pensamento sobre a crise que se abate sobre aquela casa de leis. Apesar da larga experiência política do senador maranhense – foi governador de estado, senador em várias legislaturas e presidente da República, e da sua produção literária com mais de 60 títulos publicados vou me permitir discordar da sua linha de raciocínio e das suas conclusões.

As instituições não geram, não alimentam, nem tampouco amplificam crises. As pessoas que as compõem é que têm esta capacidade e que historicamente tem cumprido este papel. As instituições não pensam.
Seus membros pensam por elas. As instituições não agem. As pessoas que dela fazem parte é que o fazem.

Vindo de um ex-presidente que chegou ao Palácio do Planalto graças à existência das instituições democráticas chega a ser um contra-senso. A crise pela qual passa o Senado Federal foi construída por uma seqüencia de legislaturas com senadores que fizeram daquela Casa a sua casa. Agiram como se tudo ali lhes pertencesse. Esqueceram de profissionalizar a sua administração. Reforçaram o compadrio, o coronelismo, o favorecimento na distribuição de cargos e verbas. E quem tomou estas decisões? Não foi a instituição, mas sim senadores investidos de seus cargos.

Jogar para a Instituição a responsabilidade e a titularidade desta crise é dar combustível aos oportunistas e golpistas de plantão que não perdem uma oportunidade de saquear contra a democracia. Se vale como elemento de discurso para tergiversar sobre as suas responsabilidades – individuais e coletivas, é perigoso para a nossa consolidação democrática.

Da mesma forma a sociedade não pode aceitar o jogo de cena da busca por alternativas de moralização tão faladas por senadores e divulgadas pela imprensa. Não é aí que reside o grande nó da atual crise. Se os responsáveis são – como acredito que são – as pessoas, é preciso mudar isto. Começar por mudar a forma como senadores são eleitos. Não dá para aceitar a quantidade de suplentes exercendo o mandato sem ter recebido um voto sequer.

Para mim o Senado deve assumir sua vocação e agir como Casa revisora das decisões da Câmara dos Deputados e tratar de assuntos federativos. Mas vou mais além. Acho que assim como para os cargos executivos, senadores e senadoras só poderiam concorrer a uma reeleição na seqüencia. Para mim a alternância nos cargos tem a força de gerar boas contribuições para a democracia. Acho que a atual legislatura deveria se debruçar por mudanças deste tipo, que realmente mudarão a cara, o corpo e a mente do Senado Federal. É uma boa oportunidade para a Reforma Política. Quem sabe da crise não saia
a oportunidade da convocação de uma Constituinte Revisora?!

Gleisi Hoffmann, advogada, foi diretora financeira de Itaipu e é presidente estadual do Partido dos Trabalhadores


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