Petista pede convocação de autoridades municipais para debater índice de homicídios entre jovens e cobra enfrentamento.Entre capitais do sul, Curitiba aparece em primeiro no Índice de Homicídios na Adolescência (IHA)O Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) divulgado nesta semana pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e que coloca a capital paranaense entre as dez piores do País, deve ser debatido na Câmara Municipal. O vereador Pedro Paulo, vice-líder da bancada do PT, proporá a convocação de autoridades municipais responsáveis pelos programas voltados à juventude para explicações em reunião extraordinária da Comissão de Segurança Pública e Defesa do Cidadão.
“O quadro é gravíssimo. Resta saber o que o Município está fazendo e deve fazer para evitar esta tragédia anunciada”, comentou o vereador se referindo a estimativa de que 693 jovens curitibanos menores de dezenove anos poderão ser assassinados até 2012.
O vereador ainda aponta a integração das políticas de atendimento aos jovens e o foco em ações preventivas como fundamentais ao enfrentamento da violência que atinge a juventude. “Na matéria que li na imprensa a prefeitura indica a Secretaria de Segurança do Estado para comentar o assunto (IHA). Não é possível acreditar que o município ainda não tenha clareza de que é sua a obrigação de implantar políticas preventivas e que às polícias cabe, principalmente, à repressão ao crime”, justifica Pedro Paulo.
Saber fazer
A experiência da Prefeitura de Diadema, no Grande ABC paulista, é tida como referência de programa no combate à violência. Em Diadema, a redução da violência é tida como resultado da implementação de programas de incentivo à prevenção ao crime. Foi a primeira cidade, por exemplo, a implantar o programa de desarmamento com a participação de entidades da sociedade civil. Outra medida são os programas para adolescentes residentes em áreas de risco. Eles participam do programa Adolescente Aprendiz, onde jovens estudantes de 14 e 15 anos recebem uma bolsa em dinheiro e participam de cursos de cidadania, convivência, sexualidade e administração entre outras áreas. Para mulheres que já sofreram agressões existe uma casa para atendimento psicológico e social e cursos que servem como alternativas de trabalho e de renda.
O vereador Pedro Paulo pretende convidar representantes da prefeitura de Diadema para relatar a experiência. “Se a prefeitura de Curitiba tem dificuldades em aplicar ações preventivas eficientes pode se espelhar numa iniciativa como esta e aprender a fazer”, justifica o parlamentar.
A experiência de Diadema foi a base para o lançamento do Programa de Segurança com Cidadania (PRONASCI) do Governo Federal no ano passado. “O PRONASCI será aplicado em Curitiba, agora se a prefeitura, que é órgão executor, não entender o seu viés preventivo não trará todos os resultados desejados”, finaliza.