O prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) admitiu na manhã desta sexta-feira (18) ainda não estar certo se o primeiro trecho da Linha Azul do metrô curitibano estará em funcionamento até a Copa do Mundo de 2014. A afirmação foi feita durante reunião com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, que anunciou a disposição do governo federal de financiar parte dos recursos necessários para a execução da obra, dentro do chamado PAC da Copa, mas com um financiamento proposto de 30 anos, que não foi aceito pela Prefeitura. Por outro lado, o governo federal se compromete a ceder R$ 700 milhões a fundo perdido para o metrô curitibano, dentro do orçamento do “PAC 2”.
O PAC da Copa financiará obras de mobilidade urbana nas 12 cidades-sede do Mundial de 2014 e a prefeitura pleiteava a inclusão do metrô no pacote de financiamento a fundo perdido. O governo fez outra proposta de financiamento, não a fundo perdido, e a prefeitura decidiu deixar o metrô para um segundo pacote de obras, o chamado PAC2, que será definido apenas em 2010.
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De acordo com o governo, só o metrô de Curitiba custaria 25% do valor previsto no PAC da Copa – dos R$ 2 bilhões orçados para a obra, metade estava sendo pedida ao governo federal. Com a advertência para que as prefeituras não exagerassem nos pedidos, Curitiba recuou e propôs implantar até a Copa apenas a metade do metrô, ao custo de R$ 1,4 bilhão, dos quais R$ 960 milhões seriam financiados pelo governo federal.
Com a recusa da proposta do governo federal, e o empréstimo para o metrô somente no PAC 2, frustra-se o cronograma de obras da prefeitura que previa a conclusão da primeira etapa do metrô (do CIC Sul à Praça Eufrásio Correia) até 1º de janeiro de 2014. “Se não for possível [inaugurar o metrô até a Copa], o nosso atual modal, o ônibus, estará adequado para atender durante os jogos”, disse Richa nesta sexta-feira. “A FIFA não exige a implantação do metrô para a realização dos jogos, mas que haja melhorias na infraestrutura da cidade e na mobilidade, e isto será feito”.
Paulo Bernardo defendeu o novo acordo. “Esta foi uma decisão mais sólida. Fica mais coerente com o que estamos fazendo com outras cidades. Porto Alegre também queria uma linha de metrô no PAC da Copa. Porto Alegre vai esperar, não terá o metrô no PAC da Copa. Mas já combinamos com a Prefeitura de Porto Alegre que será negociado no PAC2”, justificou o ministro. “Com a negociação do metrô de Curitiba para o PAC2, pode ser viável buscarmos recursos para os 22 quilômetros de extensão e não apenas para o primeiro trecho”, disse Bernardo.
De acordo com a prefeitura, as conversas para o PAC 2 devem começar na semana que vem, em Brasília. A prefeitura de Curitiba ainda deve propor a inclusão de outras obras no PAC da Copa, em contrapartida à retirada do metrô.
Por enquanto, os investimentos que já estão confirmadas dentro do pacote inicial do governo federal são a revitalização da avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico; o Sistema Integrado de Mobilidade e a ligação Aeroporto-Rodoviária, com a revitalização da Avenida das Torres, que totalizam R$ 152,9 milhões.