Para o Diretor da Guarda Municipal, Carlos Celso dos Santos, a razão para que o estudante André Luis de Almeida tenha ficado ferido durante a manifestação pelo Passe Livre na última quarta feira (2), se dá por que os próprios colegas teriam o pisoteado. Já para o estudante André Luiz de Almeida, 17, ferido e hospitalizado no dia, a versão é outra. Ele relata que foi agredido com cacetete por um guarda municipal e diz ainda que é capaz de reconhecer o agressor. Ao mesmo tempo em que apanhava, ele diz que levou choques nas pernas e por este motivo caiu. O laudo do hospital que promete apresentar na próxima semana, segundo ele, irá comprovar o que afirmou.
As versões foram apresentadas nesta terça feira (08), durante a Reunião da Comissão de Segurança da Câmara Municipal de Curitiba. Foram ouvidos os representantes da Guarda Municipal: Carlos Celso dos Santos, diretor da Guarda Municipal e o inspetor da corporação. Além deles, estavam como ouvintes os representantes das entidades estudantis e também André Luiz de Almeida, o estudante ferido durante a manifestação e, o seu advogado.
Carlos Celso dos Santos, diretor da Guarda Municipal afirmou que “os procedimentos tomados foram para proteger os usuários que estavam esperando o ônibus. A estação tubo estava cheia, era próximo da hora do almoço e cerca de 50 estudantes estavam no local”. Questionado sobre o estudante que teria caído no chão após agressão dos guardas municipais explicou que “o manifestante foi pisoteado pelos demais colegas.” Também afirmou que “em nenhum momento integrantes da corporação utilizaram spray de pimenta ou choque elétrico contra estudantes que participavam de manifestação.”.
Sem apuração dos fatos
O Vereador André Passos (PT), presente na reunião, perguntou da onde veio a informação sobre o ocorrido. O diretor respondeu que a informação chegou até o Secretário de Defesa Social pelo Centro de Operações da Defesa Social.
“Infelizmente, o Secretário divulgou uma informação sem a devida e cuidadosa apuração dos fatos. Assim como na ditadura, a Prefeitura em vez de assumir o procedimento correto sai pela tangente culpando a vítima,” disse André Passos ao ouvir a resposta. O estudante agredido foi questionado pela imprensa sobre a versão da Prefeitura e respondeu que “o laudo do hospital em que ficou internado irá provar que levou choques e foi agredido com cacetes.”.
Segundo informou o advogado do estudante “a família aguarda que a Prefeitura apure os fatos e informa que pretende entrar na justiça contra a Prefeitura.” Na reunião da próxima semana, o estudante André Luis de Almeida irá entregar o laudo médico à Comissão.
Se não houve depredação do Patrimônio, qual a razão da violência contra os manifestantes?
O Vereador Pedro Paulo questionou o diretor Carlos Celso dos Santos sobre a função do policiamento realizado pela Guarda Municipal no cotidiano da Cidade. “Houve no momento da manifestação depredação do patrimônio público? Os estudantes quebraram a estação tubo?” perguntou. A resposta dada pelo diretor foi negativa. “Não, não houve.”
Diante disso, Pedro Paulo reafirmou a necessidade de se definir a função e o procedimento dos guardas municipais frente a um episódio desse tipo. “Se não houve depredação, não conseguimos entender a razão da violência.” Logo após a manifestação do Passe Livre, o jornal Gazeta do Povo publicou um relato de um jornalista que passava no local no momento da manifestação e confirma não existir justificativa para a violência praticada contra os estudantes.
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Estudantes protestam
Em frente às escadarias da Câmara, cerca de 300 estudantes, enquanto a reunião acontecia, protestavam em defesa do Passe Livre e como repúdio à ação violenta da Guarda Municipal contra os estudantes. Após a tentativa de transformar a reunião com a Guarda Municipal em audiência para que todos os estudantes pudessem assistir, a manifestação que estava lá fora foi para dentro da Câmara Municipal.
Com palavras de ordem contra a violência e pelo passe livre entraram no hall do Anexo I, próximo da sala onde a reunião acontecia. Depois de uma tentativa de invadir o prédio, em coro deram seu recado.
Diziam: “Nós, estudantes não somos vândalos. Viemos até aqui na Câmara Municipal, que dizem ser a Casa do Povo. Mas parece que estudante não é povo. Nosso movimento é nacional, pelo passe livre. Curitiba é a única capital que não tem passe livre para os estudantes. Na semana passada, realizamos, assim como outros estudantes no Brasil inteiro, uma manifestação pelo passe livre e fomos agredidos. Nossa reivindicação foi recebida com violência. Vamos continuar nossa luta e queremos ouvir do Prefeito Beto Richa sua explicação para não atender nosso pedido e ainda nos tratar à base de porrada.”.
Ao sair do prédio, avisaram que para a próxima semana preparam uma grande caminhada até a Prefeitura. ‘Queremos ouvir do prefeito uma posição sobre o passe livre’, disse o presidente da UPES disse Rafael Clabonde – Presidente da UPES.
Assessoria de Imprensa PT Curitiba – (41)33504526 com Ana Carolina Caldas
Credito das Fotos – Joka Madruga