Nos últimos anos as principais obras em Curitiba acontecem no plano viário, como se a cidade fosse apenas o trânsito. A reclamação é do vereador Pedro Paulo (PT). Presidente da Comissão da Copa da Câmara Municipal, ele critica que a a intervenção urbana visando a Copa do Mundo mire apenas a mobilidade. Pedro Paulo chama a atenção para o fato de que se está fazendo pouco em outras áreas igualmente importantes para Curitiba recepcionar uma Copa do Mundo. “As principais obras na área social, por exemplo, são investimentos federais”, diz.
O que o vereador quer dizer é, além de revitalizar vias, criar acessos para o aeroporto e outras modificações viárias, é necessário ter um sistema de saúde que funcione, escolas para todas as crianças, moradia. Estas áreas, mostra, estariam relegadas neste momento por causa das obras viárias que não acabam nunca.
A Linha Verde, por exemplo, que começou a ser construída em janeiro de 2007, só deve ficar pronta em 2014, na mais otimista das previsões. Enquanto isso, os esforços que poderiam ser direcionados para a área social ficam drenadas pela Linha Verde e agora também pelas obras da Copa.
Apesar dos avanços na área de saúde, como o programa Mãe Curitibana, as filas nos postos de saúde da periferia continuam a ter fila e longa espera entre marcação e consulta, isso sem falar em procedimentos mais complexos. A falta de médicos em Curitiba, é um problema que atinge a maior parte dos municípios do País, mas ai se vê que a Capital se nivela por baixo. Há promessa da Prefeitura de contratar mais profissionais.
Igualmente, Curitiba não consegue vencer a defasagem no número de vagas em creches públicas, algo que, em compromisso com o Ministério Público, tem que ser feito até o ano que vem. Claramente é visível que resta pouco tempo. E pior, a Prefeitura trabalha apenas com a perspectiva da espera declarada por uma vaga, e não com a demanda real. Para a Prefeitura é de menos de 9 mil vagas em falta. Para o MP, pode ser o dobro, ou o triplo.