Vereadores aprovam seis pedidos de informações oficiais sobre denúncias de contratação de serviços de publicidade e nomeação irregular de servidores comissionados
Os vereadores de Curitiba aprovaram nesta terça-feira (2) seis pedidos de informações oficiais que pedem esclarecimentos sobre a série de denúncias contra o presidente da Câmara Municipal, João Cláudio Derosso (PSDB). Semelhantes aos questionamentos formulados pela Bancada de Oposição, que também foram aprovados, os requerimentos, assinados por diversos vereadores, pedem cópias dos contratos com as empresas de publicidade que teriam recebido cerca de R$ 30 milhões em cinco anos. Também foram questionadas a nomeação de servidores comissionados que já estavam lotados na Assembleia Legislativa. A vereadora Professora Josete (PT) assinou todos os pedidos.
Esses requerimentos foram votados e aprovados apenas ao final da sessão, quando Derosso já havia deixado o Plenário, “despistando” repórteres de diversos veículos – ele disse que iria apenas ao banheiro, mas acabou indo embora pelas escadarias do Auditório, que fica no quarto andar do Anexo II do Legislativo Municipal. Derosso foi seguido por alguns jornalistas, mas mesmo assim preferiu não dar entrevistas.
Não foram apenas os repórteres que ficaram sem respostas. No início da sessão, os vereadores também não tiveram a oportunidade de questioná-lo. O pronunciamento dele foi um discurso lido no início da sessão. Os argumentos não convenceram a vereadora Professora Josete (PT), que, pelo twitter, criticou a postura do presidente: “Derosso falou mas não ouviu! Monólogo não vale! É urgente uma sessão especial para questionamentos e respostas! Transparência já!”
Derosso disse que as contas da Câmara foram aprovadas pelo Tribunal de Contas e que ele não sabia dos quatro servidores que eram nomeados na Câmara e na Assembleia. Ele também não explicou como sua esposa era nomeada na Câmara e, ao mesmo tempo, prestava serviços de publicidade para o mesmo órgão. Ele limitou-se a dizer que as denúncias veiculadas pela imprensa são inverídicas.
“Nós ouvimos tudo isso, mas também temos o direito de questionar e ele tem que nos responder”, afirmou a vereadora, ao defender a realização de uma sessão especial para que o assunto seja discutido com todos os parlamentares da Casa, com a devida transparência.
Segurança
Mais de 30 guardas armados do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Guarda Municipal de Curitiba fizeram a Segurança da Casa, durante a sessão desta terça. Todas as pessoas que entrassem no Plenário, necessariamente, precisavam ser revistadas com um detector de metais. Além disso, mais uma vez, foram distribuídas senhas e credenciais para escolher as pessoas que poderiam ter acesso à parte interna do Plenário.
“O cidadão comum está sendo impedido de entrar; aqui só entram os amigos do rei; é um absurdo toda a mobilização da Guarda Municipal, que deveria estar na rua protegendo a população e o patrimônio público mas está aqui, impedindo que a população assista o que estão discutindo os vereadores eleitos por essa cidade”, criticou. Após a reclamação da vereadora, um grupo de cerca de 15 pessoas que estava para o lado de fora foi autorizado a acompanhar a sessão de dentro do Plenário.
Conselho de Ética
Está marcada para amanhã, às 13h30, a segunda reunião do Conselho de Ética da Câmara Municipal, que deverá discutir os encaminhamentos para a apuração das denúncias.
Assessoria de imprensa Vereadora Professora Josete