O presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Marcos Cordiolli, apresentou na Câmara Municipal, na sessão desta terça-feira (30), o projeto de reestruturação do órgão. As mudanças abrangem a gestão e o quadro funcional da entidade, com estudos para a abertura de concurso público. A ideia, de acordo com ele, é descentralizar as atividades culturais, por meio de centros nos bairros.
“Nossa meta é democratizar o acesso à cultura e resgatar a cidadania cultural da população, em diversos segmentos”, disse o presidente da FCC, que participou da sessão a convite da Comissão Executiva. Ele pediu aos vereadores apoio para que o orçamento à pasta atinja, gradualmente, até 2016, 1% do orçamento.
Cordiolli adiantou que serão propostas à Casa alterações na Lei Municipal de Incentivo à Cultura, promulgada em 1991. “A mudança requer um amplo debate”, afirmou. A nova legislação pode permitir, dentre outras questões, o lançamento de editais para “microprojetos”, como ações voltadas a bairros, grupos étnicos e artistas iniciantes.
O convidado sugeriu que os vereadores levem projetos aos deputados federais de seus partidos, para que sejam destinadas verbas federais ao órgão municipal. Ele apresentou diversas ações da nova administração, como a busca de parcerias com outras entidades culturais, a exemplo da Academia Paranaense de Letras e grupos de artistas de rua, como ferramenta de combate à pichação.
O órgão realiza levantamento dos atores e espaços culturais da cidade e, de acordo com Marcos Cordiolli, será realizada, entre julho e agosto deste ano, a Conferência Municipal de Curitiba. O evento vai embasar o plano municipal para a área, projeto que também vai passar pela análise dos vereadores. “O que nos interessa é a construção de um legado cultural”, registrou.
Foi anunciada, ainda, proposta de integração entre a capital e municípios da Região Metropolitana e do litoral do estado. Na área musical, o foco é divulgar os artistas de Curitiba no cenário internacional.
Tubotecas
Dentre os projetos apresentados, Cordiolli destacou as tubotecas, já instaladas em dez estações-tubo da cidade. Referência nacional, a iniciativa será ampliada. “A vontade da população de ler se mostrou maior que o esperado. Conseguimos transformar o leitor em agente cultural, porque ele mesmo está repassando a outras pessoas o livro lido”, relatou. Ele também ressaltou o apoio de diversas instituições à ideia, que vão promover campanhas para a arrecadação de obras.
Na avaliação do líder do prefeito, Pedro Paulo (PT), “A Câmara tem que ser palco da construção dessa política cultural”.