Durante o mês de março e a primeira quinzena de abril, a Secretaria Municipal da Mulher de Curitiba estará participando do programa Viva Mulher, que integra a campanha da fraternidade da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que neste ano trabalha com o tema do tráfico de pessoas.
A Campanha da Fraternidade 2014 é desenvolvida em todas as paróquias espalhadas pelo Brasil com o tema “Libertação e Tráfico de Pessoas”, visando a prevenção deste crime e a multiplicação de informações na comunidade. Na área da Arquidiocese de Curitiba, a mensagem chegará até 140 paróquias, divididas em dez setores da cidade.
O programa Viva Mulher percorrerá as regionais Pinheirinho, CIC, Bairro Novo e Cajuru e também no Aeroporto Internacional Affonso Pena. Trata-se de uma ação em parceria entre a Arquidiocese de Curitiba, a Secretaria da Mulher, o Instituto Municipal de Turismo, o Núcleo Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, a Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná e a Infraero, que visa prevenir, conscientizar e despertar a atenção da população a respeito do tráfico humano – prática criminosa que vitima mais de 3 milhões de pessoas em todo o mundo.
De acordo com a secretária municipal da Mulher, Roseli Isidoro, o programa Viva Mulher é um esforço coletivo de alerta e reflexão, pois a violência contra a mulher, dentro e fora de casa, a discriminação e o preconceito estão na raiz de crimes como o tráfico de pessoas e a violação de direitos humanos. “Infelizmente, em pleno século 21, o crime de tráfico de seres humanos ainda é bastante praticado e tornou-se um negócio perversamente lucrativo”, disse a secretária.
Conforme relatório do Ministério da Justiça, elaborado em parceria o Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime (UNODC), apenas o tráfico internacional de mulheres e crianças movimenta, anualmente, US$ 32 bilhões (equivalente a R$ 73,6 milhões), perdendo em lucratividade somente para o tráfico de drogas e o contrabando de armas. O estudo estima que, para cada pessoa conduzida ilegalmente de um país para outro, o lucro das organizações criminosas chegue a US$ 30 mil (R$ 69 mil).
Ainda de acordo com a organização, as mulheres são 66% do universo de vítimas. “Entre os anos de 2005 e 2011, foram registrados 475 casos de tráfico de pessoas, no Brasil, o que equivale apenas e tão somente aos casos denunciados, portanto, a ponta de um iceberg”, afirma Roseli.