Seis turmas de policiais militares da Central de Operações Policiais (Copom) iniciaram nesta segunda-feira (26) um curso de instrução sobre a atuação da Patrulha Maria da Penha na cidade de Curitiba. O objetivo é sensibilizar esses profissionais que trabalham no atendimento emergencial do telefone 190, tanto no contato direto com as vítimas quanto com as viaturas policiais que estão nas ruas para prestar socorro.
A instrução, que prossegue até a próxima sexta-feira (30), também visa esclarecer as diferenças entre o trabalho emergencial da Polícia Militar e a atividade complementar da Patrulha Maria da Penha, feita pela Guarda Municipal, que acompanha as mulheres que possuem as medidas protetivas de urgência emitidas pela Justiça, ou seja, que formalizaram denúncia e movem ação judicial contra seus agressores. Aproximadamente 50 policiais militares participaram da primeira turma de instrução.
No curso, promovido pela Secretaria da Mulher de Curitiba e Guarda Municipal, em parceria com o Tribunal de Justiça do Paraná e Polícia Militar, os policiais recebem informações sobre o funcionamento da Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência, sobre o retrato da violência doméstica e familiar na cidade de Curitiba, com base nos registros de atendimento na Delegacia da Mulher e nos indicadores de notificações na rede pública, além de orientações para qualificar o relato das violências contra as mulheres na capital. O 190, pelo seu caráter de atendimento emergencial, é uma grande porta de entrada dos casos e denúncias dessa natureza. “É rara a noite, em especial nos finais de semana, que a gente não atenda casos de violência doméstica”, disse o soldado Bukowiski. “Nós somos, muitas vezes, as primeiras autoridades que têm contato com a vítima. É aqui que começa a maior parte dos processos que vão gerar inquéritos ou tramitar na Justiça”, disse.
Ferida social
Para o subcomandante do Copom, Capitão Tatim, a instrução melhora o atendimento prestado pela equipe do 190, pois quanto mais informação os policiais militares tiverem, melhor será o resultado do trabalho e mais qualificado será o atendimento dos casos. “A violência doméstica e familiar contra as mulheres é uma ferida aberta na nossa sociedade”, comentou.
“Queremos pactuar com todos os serviços da rede pública, com os agentes diretos ou indiretos desse enfrentamento da violência, o compromisso de sermos mais sensíveis com a mulher que bate na nossa porta. Embora ainda tenhamos inúmeros desafios nessa tarefa”, disse a secretária da Mulher de Curitiba, Roseli Isidoro.
Fonte: Porta PMC