Artigo publicado no jornal Gazeta do Povo, sábado 28 de junho, na Coluna Opinião, página 02.
Chegamos ao final dos jogos da Copa do Mundo sediados em Curitiba. Neste período, nossa cidade foi destaque internacional e considerada pela FIFA como uma das melhores sedes por sua eficiência e organização. Sem dúvida, o evento mundial trouxe para a capital resultados positivos na economia, no turismo, nos serviços, na infraestrutura pública.
Os investimentos públicos (em obras) e privados (nos negócios) somaram R$ 539 milhões (62% bancados com recursos próprios e 38,26% com financiamentos), conforme dados da Secopa – Secretaria Municipal Extraordinária da Copa do Mundo da FIFA 2014. Toda essa dinâmica gerou emprego e renda para a nossa população. Estimativas da Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego de Curitiba apontam para 20.400 empregos gerados, no período de 2012 a 2014, o que representa mais de R$ 30 milhões na massa salarial.
É importante destacar que ao mesmo tempo em que se investiu em infraestrutura, manteve-se como prioridade o investimento em áreas como, por exemplo, em educação e saúde. Na educação, para se ter uma progressão no período de uma década, no ano de 2002, os investimentos foram de R$ 235 milhões, ao passo que em 2013 os recursos somaram R$ 972 milhões, o que representa, em termos nominais, um aumento de 314,46%. Já na saúde, o gasto em 2012 era de R$ 342 milhões e em, 2013, subiu para R$ 1,35 bilhão, o que implica variação nominal de 394,94% e aumento real de 197,22% no período.
O legado material da Copa do Mundo em Curitiba se expressa pelas inúmeras obras que beneficiarão a nossa população ao longo dos anos, dentre elas, o corredor Aeroporto – Rodoferroviária (R$ 151 milhões); a requalificação da Rodoferroviária e seus acessos (R$ 47 milhões); a requalificação do corredor Marechal Floriano (R$ 43 milhões); a implantação do BRT-Extensão da Linha Verde Sul (R$ 21 milhões).
Neste contexto, as melhorias realizadas para a operação do sistema durante a Copa do Mundo também se configuram como legados importantes para a nossa cidade como, por exemplo, no entorno da Arena da Baixada (R$ 12 milhões), na sinalização (R$ 4 milhões); na iluminação pública (R$ 2 milhões) e nos serviços de manutenção de calçadas, ciclovias (R$ 1,9 milhão), dentro outros.
Mas não são apenas os benefícios materiais que podemos contabilizar por sediar este grande evento mundial. Dentre os legados intangíveis, é fundamental ressaltar a cultura do voluntariado que está se firmando em nossa cidade. Seja no Programa Brasil Voluntário, do Governo Federal, ou no programa de voluntariado da FIFA, todos demonstraram grande empenho para bem-receber e informar os turistas e a população em geral. Mais uma vez, Curitiba se diferenciou no cenário nacional e seus voluntários receberam nota 9,5, considerada uma das mais altas do país, de acordo com pesquisa realizada pelo Portal UOL de Notícias.
Com relação aos cerca de 600 voluntários do Programa Brasil Voluntário, que são coordenados pela Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego, o trabalho realizado por eles foi essencial para a recepção eficiente dos visitantes em pontos estratégicos como rodoferroviária, aeroporto, Fan Fest, imediações da Arena da Baixada, centro alternativo de mídia, no Largo da Ordem. Com alegria e entusiasmo, eles têm se destacado pela presteza como desempenham o seu trabalho no auxílio aos mais de 164 mil turistas (dados do Ministério do Turismo) que são esperados em Curitiba até o final da Copa do Mundo.
Neste sentido, acreditamos que a experiência e o aprendizado acumulados com a Copa do Mundo serão valiosos para começarmos a articulação de uma grande rede de voluntários em nossa cidade que possa atuar em diversos eventos, assim como em ações humanitárias.
Mirian Gonçalves
Vice-Prefeita de Curitiba e Secretária do Trabalho e Emprego