O trânsito e a segurança de Curitiba foram as áreas mais prejudicadas pelo não cumprimento das promessas da atual administração municipal, conforme balanço publicado pelo jornal Gazeta do Povo na edição do último domingo (10). Os dois pontos são, justamente, os que geram mais queixas da população. Na avaliação do coordenador de campanha da candidata Gleisi Hoffmann, vereador André Passos, a principal causa é a ausência de políticas integradas de atendimento ao cidadão.
“Pela relação de promessas do atual prefeito, o que fica evidente é que existem ações pontuais, mesmo nas áreas onde ele diz ter cumprido o que prometeu. Mas não existem políticas públicas estruturadas para atender às necessidades de desenvolvimento da cidade de maneira mais global”, analisa Passos. O coordenador cita como exemplo a questão da geração de empregos, pelo fato de a Prefeitura não ter qualquer programa de estímulo para que pequenas e micro empresas aumentem o número de postos de trabalho.
Passos afirma, ainda, que a estratégia adotada pela atual gestão é mais voltada para as questões eleitorais do que para a administração pública. “O fato de ter realizados metas pontuais, muitas delas de forma parcial e sem resultado efetivo, revela uma estratégia de fazer um pouco de cada coisa para dizer que fez tudo”, afirma.
Na área de segurança, por exemplo, a promessa não cumprida de levar infra-estrutura urbana para as favelas, fez com que os jovens dessas comunidades continuassem sem perspectivas ou atividades, aumentando os episódios de violência.
Para o tráfego, as promessas não cumpridas da atual gestão são a causa direta do caos que se transformou o trânsito da cidade. Nem mesmo as medidas pontuais propostas foram realizadas como: a modernização do eixo Norte-Sul (as avenidas Sete de Setembro, República Argentina e João Gualberto não passaram por mudanças); solucionar definitivamente o problema de manutenção e reparo de calçadas; repensar todo o sistema de semáforos da cidade e criar anéis viários binários interbairros para desafogar o trânsito em áreas centrais, para citar apenas alguns pontos.
Prejuízos para os mais pobres
As promessas não cumpridas da atual administração afetaram principalmente a população mais pobre da cidade. “São os cidadãos que mais precisam da intervenção do poder público”, diz Passos. No quadro de promessas não cumpridas as favelas e a integração com a Região Metropolitana aparecem com nenhuma realização e a área de habitação teve apenas 17% dos compromissos realizados, mesmo assim, alguns deles apenas em parte.
Na área de habitação, as únicas iniciativas partiram do Governo Federal, que transferiu recursos para a relocação de famílias que viviam em áreas de invasão ou de risco. Através do PAC, o governo Lula repassou R$ 70,9 milhões para construir novas casas e beneficiar 5,5 mil famílias de baixa renda de Curitiba.
Sobre a integração com a Região Metropolitana, antes de ser eleito, o atual prefeito falava em “estreitar a solidariedade com as cidades vizinhas”. No entanto, a Associação dos Municípios da Região Metropolitana (Assomec) afirma que Curitiba debate temas que interesse regional, sem levar em conta os problemas dos municípios do entorno e a opinião dos prefeitos metropolitanos.
Site Gleisi Hoffmann
Foto: Joka Madruga