Dos 500 pacientes atendidos por mês pelo Programa Melhor em Casa, administrado pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (Feaes), 80% fazem acompanhamento com profissionais de Fisioterapia. O objetivo é promover respostas mais rápidas para os casos graves e com sequelas recentes, favorecendo a recuperação e o máximo de independência funcional do paciente.
Moacir Santana sofreu um acidente de carro no início de abril que lhe acarretou em lesões cerebrais graves e fraturas no corpo. Após 32 dias internado, a previsão era de uma recuperação lenta, que poderia levar até dois anos.
“Ele estava totalmente acamado, não conseguia ficar sentado, usava sonda para se alimentar, não falava muito e não se lembrava do que havia acontecido”, conta a irmã Edineia Maria Santana. O primeiro atendimento pelo Melhor em Casa foi no dia 14 de maio. Já na visita inicial, o tratamento fisioterapêutico foi traçado para ampliar a eficácia dos resultados.
“O paciente tem um tempo médio para permanecer no programa, então já no primeiro contato fazemos a avaliação e iniciamos as ações para otimizar a recuperação”, explica Talita Ferreira Turatti do Carvalhal, fisioterapeuta do programa.
No caso do Moacir, a melhora surpreendeu a todos da equipe. “Sua força de vontade e o empenho da família foram determinantes”, descreve a fisioterapeuta Marina Mukai, que atendeu Santana.
Em casa, a participação dos familiares incentivando é determinante para a evolução do paciente. “Para que Santana fizesse todos os exercícios recomendados, a irmã o segurava nos braços e ia caminhando com ele”, conta Marina.
Edineia relata orgulhosa o progresso do irmão. “Um dia, passado pouco mais de um mês do tratamento, ele acordou, vestiu a calça jeans e colocou os calçados sozinho”, conta. Menos de dois meses após o início do tratamento, Santana já caminhava, se alimentava e tomava banho sozinho e está pronto para receber alta do programa.
“Os movimentos ainda são limitados, mas se continuar fazendo os exercícios indicados ele vai evoluir progressivamente”, destaca a fisioterapeuta. “A reação do cérebro dele foi inesperada, extremamente positiva”, avalia.
Em casa
Para a fisioterapeuta Marina Mukai, no atendimento domiciliar os profissionais criam um vínculo maior com a família. “Você entra na casa da pessoa, conhece a realidade da família e ao ver o paciente se recuperando traz uma satisfação e alegria muito grande”.
Estudos indicam que o atendimento domiciliar proporciona a ampliação da autonomia do paciente, uma vez que, em casa e com a presença dos familiares, pode retomar, dentro do possível, as atividades de sua rotina.
No Melhor em Casa, todo o acompanhamento é feito por uma equipe multiprofissional que inclui médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social.
Para receber o atendimento em casa, o paciente deve ser encaminhado pela Unidade Básica de Saúde, de Pronto Atendimento ou hospitalar. Uma avaliação criteriosa é feita pela equipe de saúde para saber se o tratamento realmente pode ser feito no domicílio.
Entre os requisitos estão a presença de um cuidador em tempo integral e residir em Curitiba. O cronograma de visitação é estabelecido de acordo com cada paciente, há aqueles que recebem visita diariamente.
Fonte: Portal PMC