A reeleição do presidente Lula traz um ambiente propício para discutirmos os principais desafios do PT, na perspectiva da construção do socialismo democrático. Entre tais desafios estão a conquista da soberania, a democratização política e o desenvolvimento com igualdade social.</p
As diferentes etapas dos debates do 3º Congresso lançarão um olhar sobre toda a nossa história, de construção partidária, de lutas sociais, de solidariedade internacional, de presença nas instituições legislativas e executivas. Lançará um olhar, em especial, sobre a experiência do primeiro mandato de Lula, e também sobre o segundo.
Além do conjunto dos petistas, o congresso deve estabelecer o diálogo com os partidos aliados, com os movimentos sociais, com a intelectualidade crítica, com todos aqueles que lutam por uma nação justa.
O BRASIL QUE QUEREMOS
O segundo mandato de Lula não pode ser mera continuação do primeiro. Aprendendo com os acertos e erros, e tendo como base os avanços obtidos, o novo mandato tem grandes desafios pela frente: retomar o crescimento, expandir a oferta de emprego, distribuir renda, priorizar a educação e aprofundar a democratização do país.
O PT pautará sua atuação por dois princípios: mobilizar a sociedade para apoiar a aplicação do programa de ação do governo e manter sua autonomia em relação a esse mesmo governo. O partido buscará ser um elemento de conexão entre a sociedade —os movimentos sociais em particular— e o governo.
Nesse contexto, os oito anos do governo Lula devem ser vistos numa perspectiva de amplas e duradouras transformações econômicas, sociais, políticas e culturais.
O SOCIALISMO PETISTA
O socialismo é um princípio de civilização alternativa ao capitalismo. Requer não apenas a construção de outro modo de produção e distribuição e de outro paradigma de Estado, mas a organização de um outro modo de vida social.
São orientadoras da nossa prática, entre outras, as concepções de:
– um Estado de Direito socialista, da liberdade política, cultural e religiosa;
– uma combinação entre formas de democracia direta de gestão com a democracia representativa;
– priorização às formas de propriedade social, com limites para a propriedade individual;
– controle da sociedade civil sobre o Estado;
– a defesa de um novo internacionalismo, empenhado em construir uma nova civilização, e um compromisso especial com a luta pela emancipação na América Latina.
PT: CONCEPÇÃO E FUNCIONAMENTO
O PT tem sofrido um fenômeno de burocratização e de substituição de suas instâncias pelos gabinetes. Distanciou-se dos movimentos sociais e interditou a própria discussão dos rumos do governo.
Setores petistas adotaram práticas incompatíveis com a ética republicana. Em Curitiba, a aliança com partidos como o PTB nos levou à derrota nas eleições de 2004. E fez nossa bancada de vereadores ser reduzida à metade.
Precisamos recuperar a trajetória como partido de massas, democrático, socialista.
Entre outras ações, precisamos reforçar os setoriais do partido, priorizar os núcleos de base, criar formas de interação entre os diretórios zonais e o diretório municipal, pautar a atuação da bancada de vereadores do PT. Precisamos, ainda, debater políticas permanentes de formação, de finanças e de comunicação.