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O presidente do PT de Curitiba, Adenival Gomes, afirmou nesta terça-feira (27/11) que o prefeito Beto Richa (PSDB) é o único responsável pela nomeação de uma assessora fantasma em seu gabinete, e que o tucano também precisa ser investigado pelo Ministério Público (MP) do Paraná.
Ontem (26/11), a Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público do MP propôs ação civil pública e denúncia criminal contra Ezequias Moreira Rodrigues, ex-chefe de gabinete do prefeito tucano. Rodrigues recebia em sua conta bancária os salários de sua sogra —assessora fantasma de Beto Richa na Assembléia Legislativa.
“Beto Richa é o único responsável pela nomeação da funcionária fantasma. Afinal, quem nomeia seus assessores é o parlamentar”, sentencia Adenival Gomes. “Quando eu exerci o mandato de vereador, tinha controle da freqüência de todos os meus assessores.”
De acordo com o MP, a contratação irregular da sogra de Rodrigues, Verônica Durau, 59, provocou um rombo de exatos R$ 539.414,59 aos cofres públicos.
A Promotoria pede a condenação de Rodrigues por ato de improbidade administrativa e peculato (quando funcionário público se apropria de valor ou bem em proveito próprio ou alheio). Conforme a investigação do MP, Verônica nunca trabalhou na Casa e sequer sabia que constava formalmente como servidora pública.
“Se Beto Richa agiu dessa forma num gabinete de deputado, com meia dúzia de assessores, imagina na prefeitura, onde o número de cargos sem concurso é medido na casa das centenas”, questiona Adenival Gomes. “Será que a Prefeitura de Curitiba também virou uma casa da sogra?”
Na avaliação de Adenival Gomes, o prefeito Beto Richa tem sido poupado pela cobertura da maioria dos meios de comunicação do Estado. “Se a prefeitura fosse dirigida pelo PT, a denúncia do Ministério Público estaria entre as principais manchetes”, observa o presidente do PT de Curitiba.
“Tracemos um paralelo. Se, hipoteticamente, fosse a sogra do chefe-de-gabinete do presidente da República, Gilberto Carvalho, quem tivesse sido funcionária fantasma no gabinete do então deputado Lula, o que aconteceria?”, pergunta-se Adenival. “Não tenho dúvidas: setores da imprensa chegariam a defender o impeachment.”
Nomeada por Beto Richa em 1996, durante seu primeiro mandato como deputado estadual, a sogra fantasma permaneceu lotada no gabinete do tucano durante cinco anos, até 2001. Mesmo após a saída de Richa da Assembléia — quando ele se tornou vice do prefeito Cassio Taniguchi— Verônica continuou nomeada na Casa. Valor do salário bruto mensal: R$ 3.471,82.
No último dia 10 de agosto, dias após a publicação da denúncia pela imprensa, Verônica Durau pediu sua exoneração do cargo. Uma semana depois, Ezequias Moreira pediu “afastamento” do cargo de chefe-de-gabinete do prefeito Beto Richa. Detalhe: Ezequias ainda continua assessorando Richa na Secretaria de Turismo da Prefeitura de Curitiba.
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Legenda: Beto Richa (PSDB), ao lado de Ezequias Moreira (com gravata vermelha), durante festa de lançamento do shopping Palladium, no Clube Curitibano.
Crédito: Ricardo Almeida | SMCS | 26/10/2005