Segundo Professora Josete (PT), relatório pode indicar cassação do presidente da Câmara
Convidada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para prestar esclarecimentos sobre o contrato de publicidade firmado com a Câmara Municipal de Curitiba (CMC), a proprietária da agência Oficina de Notícias e esposa do presidente da Casa, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), não apareceu à reunião marcada para esta terça-feira (30). No entanto, na avaliação da vereadora Professora Josete (PT), que sugeriu fosse feito este convite à jornalista, a ausência não prejudica o andamento das investigações, tendo em vista que já há elementos suficientes para embasar o relatório que deverá indicar as punições cabíveis.
A vereadora elenca quatro aspectos, amplamente divulgados e já comprovados, que caracterizam irregularidades:
1) Cláudia Queiroz Guedes, esposa de Derosso e proprietária da Oficina da Notícia, era servidora da Câmara quando participou e venceu o processo licitatório – o que contraria a Lei de Licitações;
2) Quando o contrato foi prorrogado, ela e o presidente já mantinham relacionamento;
3) Derosso deveria ter nomeado um gestor para acompanhar os contratos tanto com a Oficina de Notícias quanto com a Visão Publicidade, o que não foi feito;
4) O extrato do edital de licitação previa que os contratos teriam validade de 12 meses; no entanto, o edital e os contratos foram consolidados com o prazo de 24 meses de duração.
“Na nossa avaliação, somente esses elementos são suficientes para embasar um relatório que aponte para a cassação do mandato do acusado”, defende Professora Josete. “É muito grave o fato de não ter sido indicado nenhum gestor para acompanhar e fiscalizar a prestação dos serviços de publicidade; é como se Derosso estivesse se auto-fiscalizando”, afirma.
Uma nova reunião do Conselho de Ética foi marcada para quinta-feira (1) às 14h30. Nesta data, deverá haver encaminhamentos acerca da representação sobre o Jornal Câmara em Ação, denúncia protocolada por Professora Josete, que tem defendido a implantação imediata da CPI para aprofundar ainda mais as investigações.
Ainda pesam sobre Derosso denúncias sobre funcionários que eram nomeados, ao mesmo tempo, na Câmara e na Assembleia e uma acusação de nepotismo, por ele ter nomeado a cunhada em cargos comissionados na CMC.