A secretária municipal da Mulher, Roseli Isidoro, participou nesta quarta-feira (09) da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat) da Infraero e do Aeroporto Afonso Pena. Ela falou a funcionários da Infraero sobre o tráfico de pessoas e violência de gênero.
Roseli destacou que, embora a era da escravidão já tenha passado, é inadmissível que em pleno século 21 o tráfico de seres humanos ainda seja praticado e tenha se transformado num negócio extremamente lucrativo.
A secretária comentou dados do Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime (UNODC), que apontam que o tráfico internacional de mulheres e crianças movimenta, anualmente, cerca de US$ 30 bilhões, perdendo em lucratividade somente para o tráfico de drogas e o contrabando de armas. A estimativa é de que, para cada pessoa conduzida ilegalmente de um país para outro, o lucro das organizações criminosas chegue a US$ 30 mil. “Ainda de acordo com a organização, do total de aproximadamente 3 milhões de pessoas traficadas no mundo, as mulheres representam 66% do universo de vítimas; entre elas 13% têm menos de 18 anos”, afirmou.
“No ano passado, a CPI do Tráfico de Pessoas na Câmara dos Deputados identificou a ocorrência de exploração de seres humanos em vários locais do país e nas mais diversas atividades e tipos de vítimas: de atleta mirim de escolinha de futebol à modelo fotográfico e de crianças para adoção a garotas de programas em bordéis. A comissão concluiu que o Brasil está entre os dez países com mais vítimas do tráfico internacional de pessoas”, disse Roseli Isidoro.
A definição sobre o tráfico humano, aceita internacionalmente, está contida no Protocolo para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de Pessoas, Especialmente Mulheres e Crianças, em suplemento à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional – mais conhecida como Convenção de Palermo. O documento foi ratificado pelo Brasil no ano de 2003 e define tráfico de seres humanos como: “recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de engano, do abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou de dar ou receber pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para uma pessoa ter controle sobre outra pessoa, para o propósito de exploração”.
Ao final da palestra, a secretária foi perguntada sobre o tema e também respondeu a questionamentos, dos homens, sobre a violência doméstica contra a mulher. “Para nós, esse interesse dos homens pelo tema significa que estamos no caminho certo, pois queremos que eles se juntem a nossa rede, numa ofensiva pelo enfrentamento da violência contra as mulheres”, disse.
O tráfico humano é tema da campanha da fraternidade da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cujo objetivo é identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal.
Fonte: Portal PMC