Nota da Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores de Curitiba sobre processo eleitoral 2014
A vitória eleitoral do PT, reconduzindo Dilma Rousseff à presidência e dando ao PT o 4º mandato consecutivo, é a conquista de uma ampla mobilização nacional dos setores populares, progressistas da sociedade, movimentos sociais, trabalhadores e juventude. Mesmo com toda ofensiva da elite, do grande capital, da mídia golpista e dos partidos e grupos de direita, que buscaram cegar o eleitor com mentiras, ataques e orquestraram uma campanha de ódio, prevaleceu a solidariedade, as políticas sociais, o aprofundamento das mudanças e a recusa da volta do retrocesso, do arrocho salarial e do desemprego dos governos tucanos. A reeleição de Dilma Roussef representou uma importante vitória para o campo popular no Brasil.
Aécio representava a velha direita neoliberal imperialista no Brasil e contou com todo o suporte da grande mídia, que manipulou até o último minuto para inverter o resultado da eleição.
A perceptível diferença dos resultados dos modelos postos em prática pesou muito na escolha do eleitorado. Por mais que a grande mídia buscasse construir um cenário de pessimismo nacional, a maior parte do eleitorado compreendeu a diferença dessas políticas e fez uma opção à política do campo popular.
Mas o velho modelo político também foi capaz de produzir um Congresso ainda mais conservador para a próxima legislatura. Com a predominância do poder econômico, da concentração midiática, e do crescimento conservador das bancadas religiosas, além de dar vitórias expressivas à governos de gestões ruins, no Paraná e São Paulo, que representam esse modelo.
O PT da Capital Paranaense se soma à executiva nacional que elencou diversas ações para dialogar e encaminhar as lutas do povo brasileiro para dar resposta a atual conjuntura Brasileira como: a Reforma Politica através do plebiscito com Constituinte Exclusiva; a democratização dos meios de comunicação, com uma Lei da Mídia Democrática; o fim do fator previdenciário; a implantação da jornada de 40 horas sem redução de salários; a revisão da Lei da Anistia de 1979 com a punição dos torturadores, assim como com a reforma das polícias e a urgente desmilitarização das PMs; soberania sobre as riquezas nacionais, entre as quais o Pré-Sal; controle democrático e republicano do Banco Central; entre outras. Além de adotar iniciativas para dar organicidade ao grande movimento político-social que venceu o segundo turno das eleições presidenciais. Compor uma ampla frente onde movimentos sociais, partidos comprometidos com o projeto popular, intelectuais, juventudes, organizações sindicais possam debater e articular ações comuns, seja em defesa da democracia, seja em defesa de reformas democrático-populares.
Essas lutas ganham uma importância ainda maior na capital paranaense, diante à reeleição do tucano Beto Richa, cujas primeiras medidas após o resultado eleitoral já demonstram que será um governo de enfrentamento aos setores populares e suas reivindicações. Repudiamos a agressão aos professores promovida pelos seguranças (Policiais Militares) da ALEP, sob o comando do presidente Valdir Rossoni (PSDB) e avalizada pelo governador Beto Richa (PSDB), para a aprovação do imoral e escandaloso projeto de prorrogação dos mandatos dos diretores de escola do Estado.
Este processo eleitoral serviu também para que o PT olhasse para dentro de sua organização e visse as falhas que cometemos que pode ter contribuído para que a campanha do ódio e de mentiras prosperasse. Dirigir o PT de cima para baixo é algo insustentável e que a direção atual de Curitiba se comprometeu a romper. Iniciamos este processo no inicio de 2014, mas o tempo não foi suficiente para mudar algumas das práticas. A Direção Municipal teve dificuldade de atuar de forma organizada na campanha no primeiro turno e a base partidária teve dificuldade de se ver no processo eleitoral. Já no segundo turno foi outra campanha e na conjuntura de enfrentamento com as forças conservadoras deram outro caráter para disputa, e a campanha agregou além dos filiados, sindicalistas, movimentos sociais e diversas organizações para juntos derrotar o PSDB e o retrocesso politico.
Os desafios da conjuntura para o PT são enormes e buscaremos dialogar com as forças que se somaram ao nosso Partido no segundo turno para colocar a agenda politica de avanços na democratização do país e no enfrentamento do ideário preconceituoso, racista e fascista que reapareceram neste processo.
Curitiba, 19 de novembro de 2014